terça-feira, 7 de abril de 2009

Mia Couto, "Venenos de Deus, Remédios do Diabo" - outra leitura

Tudo começa com a chegada de um médico português a uma pequena localidade de Moçambique. Este médico vai numa missão de ajuda à população que enfrenta uma forte epidemia; no entanto, ficamos a saber que uma força maior o levou lá - o facto de se ter apaixonado por uma rapariga mulata que provinha daquela zona de Moçambique.
Em Vila Cacimba, Sidónio Rosa encontra-se com os pais da sua amada. Durante vários meses, o médico fez visitas regulares à casa dos pais de Deolinda, onde começam a desenrolar-se uma série de acontecimentos que revelam, a pouco a pouco, a verdade, no meio de fugas da mãe de Deolinda, de fugas por parte do doente, pai de Deolinda, de tentativas de envenenamento, entre outras situações. No final, acaba por ocorrer uma situação estranha e bizarra e vamos encontrar o médico adormecido no meio de um cemitério de soldados alemães.
Mais não conto… Acho que para quem gosta dos livros de Mia Couto e aprecia a famosa capacidade que este autor possui de inventar e criar novas palavras, este é um livro a não perder. É um romance cheio de suspense e de sucessivas revelações; posso mesmo dizer que prende o leitor até ao final para saber qual é a verdade - se afinal o médico é mesmo médico, se será Deolinda filha dos Sozinhos,… Estas são algumas das perguntas que surgem e que acabam por se desvendar da maneira mais surpreendente.
Pessoalmente, eu gostei da obra; achei bastante interessante a tal reinvenção das palavras por parte de Mia Couto, visto que foi o primeiro livro que li deste autor. Mostra que mentira puxa mentira, mas estas estão fortemente interligadas e totalmente relacionadas. Então quando uma mentira é “desmascarada” todas as outras o são, também. E toda a verdade acaba por vir ao de cima, como se costuma dizer.
Henrique Fernandes
10º B Nº8

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